terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e Obstetrícia!

A Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia, apesar de pouco conhecida, é uma especialidade de grande importância no atendimento de gestantes, pacientes com incontinência urinária, pacientes mastectomizados (retirada da mama), entre outros.
O objetivo da fisioterapia obstetra é o de ajudar a mulher a ajustar-se às mudanças físicas do começo ao fim da gravidez. Através de procedimentos específicos, será avaliado e tratado, alguns problemas decorrentes deste período.



A gestação é um momento importante na vida da mulher, e nessa fase pode ser beneficiada com o atendimento pré e pós-parto, no sentido de tratar alguma alteração comum durante a gravidez ou prevenir qualquer disfunção inerente à sua condição. Após o parto, objetiva-se auxiliar a mãe através de normas higiênicas, deambulação, exercícios fisioterapêuticos, cuidados com as mamas, incentivo ao aleitamento materno, orientações posturais, funções intestinais e miccionais, vida sexual, retorno às atividades físicas e de vida diária.




Utiliza-se técnicas de relaxamento efetivo, respiração e posicionamento, que ajudam a preparar a mulher para o parto. No período pós-parto oferece orientação sobre atividade física e quando necessário tratamento especializado.




Outro grande problema de saúde tratado em ginecologia e obstetrícia é a incontinência urinária. O foco do tratamento fisioterapêutico é o reforço dos músculos que compõem o assoalho pélvico através de exercícios e eletroestimulação, e a reeducação miccional, O atendimento aos pacientes que passaram por cirurgias de próstata também é realizado. Nas cirurgias de próstata podem ocorrer, como conseqüência, incontinência urinária, que pode ser tratada pela Fisioterapia através de técnicas onde o paciente trabalha a musculatura do assoalho pélvico e através de recursos eletroterápicos, que visam reforçar os músculos do assoalho pélvico e capacitar esse paciente a reter a urina.


Nos casos de tumor de mama, a cirurgia é algo comum. O cirurgião retira a mama ou parte dela e ainda os nódulos linfáticos, evitando que o tumor se espalhe para outras partes do corpo. Porém, ao retirar os nódulos linfáticos, a circulação linfática fica comprometida e, dessa forma, ocorrem alguns sintomas indesejáveis na paciente, como edema (inchaço) em membro superior, dor causada pelo edema, dificuldades de movimentar o membro e prejuízos na qualidade de vida. A proposta fisioterapêutica, nesses casos, é a de tratar o paciente através de técnicas de drenagem linfática, exercícios para devolver a mobilidade e reeducar a postura e orientações quanto a atividades de vida diária para as pacientes.

Recomendação:

Livro: Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e Obstetrícia (2ª Ed.) de Rebecca G. Stephenson, Linda J. O´Connor

O papel do fisioterapeuta no mundo feminino está se expandindo. Esse profissional está cada vez mais envolvido com a saúde da mulher, em todas as fases da vida. Este é um livro fundamental sobre o tema. Elaborado para o fisioterapeuta que atua nessa especialidade, esta edição aborda as mais recentes alterações no campo.

As três seções do livro descrevem os fundamentos para a prática fisioterapêutica e o papel do profissional no cuidado ginecológico e obstétrico.

Hidroterapia para gestantes

Muitas futuras mamães que querem evitar excesso de peso durante a gravidez e garantir a saúde do bebê procuram realizar exercícios aeróbicos. A prática mais procurada (e mais conhecida) é a hidroginástica, em que o exercício é feito em conjunto com outros alunos, não necessariamente gestantes. Mas especialistas alertam que essa pode não ser a melhor opção

No caso de gestantes, é importante que os exercícios sejam específicos para a gravidez. Caso contrário, podem ocorrer lesões musculares, sofrimento fetal e estimulação do parto prematuro. Uma das atividades recomendadas é a hidroterapia, especialidade da fisioterapia, que consta de exercícios praticados dentro da água também, porém, com atendimento individualizado.

"Alguns exercícios aumentam consideravelmente a freqüência cardíaca do bebê. Isso pode lhe causar stress. Na hidroterapia, o profissional monitora a freqüência cardíaca da mãe e do bebê, prevenindo sobrecargas a ambos", explica o fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira.

A atividade é recomendada após o terceiro mês de gestação. "A gestação traz grandes mudanças no corpo da mulher. Altera a musculatura da coluna, do tronco e das pernas. Ela desenvolve tendência a edemas, dores, perda de urina devido à compressão da bexiga pelo útero, entre outras alterações. Praticando a hidroterapia com boas condições físicas, a gestante tem menos chances de passar por dificuldades durante a gravidez e o trabalho de parto. O pós-parto é muito mais confortável e com rápida recuperação", diz o fisioterapeuta.

Ele lembra que as atividades físicas podem ser realizadas de outras formas, inclusive fora d'água, quando acompanhada de um profissional capacitado, mas cita as vantagens da hidroterapia: um dos princípios físicos da água é o empuxo (força de baixo para cima), que auxilia a gestante a aliviar a carga em articulações como as da coluna, quadris, joelhos e tornozelos e permite que ela faça exercícios com melhor performance que fora d'água. Outro princípio físico da água, a pressão hidrostática, auxilia a reduzir o inchaço das pernas, treinar o equilíbrio e prevenir quedas.

A frequência dos exercícios vai depender da evolução e possíveis queixas da gestante. Ele conclui afirmando que a hidroterapia permite que a mulher realize exercícios aeróbicos de forma segura, sem quedas e impactos, fortalecendo os músculos exigidos durante a gravidez e o parto e melhorando sua postura sem sobrecarregar a musculatura.